Ah! Saudade, essa bendita!
Fere aos que amam liberdade
Na eterna busca da felicidade
Sua presença ainda me debilita
Nunca fui de viver em um só lugar
Minha vida é feita de mudança
Uma cidade é pouco pra morar
Quando se tem o mundo de herança
E dessa vez eu vim pra desvendá-lo
Amar o mundo e suas possibilidades
E não renuncio as responsabilidades
Levo-as comigo sem abalo
Vivo em um lugar, não muitos anos
E nesses anos minha morada varia
Cada mudança pra mim é alegria
Sempre há novidade nos meus planos
Nosso mundo é muito rico em estrutura
Cada lugar acolhe um povo diferente
Cada povo, uma riqueza de cultura
E a natureza nos completa plenamente
E já tive vários pousos nessa vida
Varias casas me serviram de abrigo
Em cada canto deixei também um amigo
Continuando assim minha eterna lida
Mas o que eu nem mesmo esperava
Era essa dor que expande no meu seio
Hoje dói por não ver quem me amparava
O que antes não havia nem receio
Pois que em cada estância que passei
Lá deixei grandes amores inocentes
São amigos que pra sempre amarei
Mas não posso tê-los todos presentes
E o castigo dessa vida é ansiedade
É uma dor constante e sem remédio
Em cada canto que estou tenho saudade
Pelo menos assim não tenho tédio
Mas que dói essa maldita saudade
Dos irmãos que fiz por essa terra
Por isso digo que essa tal liberdade
Causou no meu peito uma guerra
E se vou visitar um tal amigo
Pra matar de vez essa saudade
Eis que surge de novo essa maldade
Pela falta de outro amigo que ficou
E assim estarei preza eternamente
Pois não posso juntar os meus afetos
Sempre terei sentimentos incompletos
Ora dor, ora saudade, ora alegria!
em só um canto tenho todos e secretos
Meu coração a todos serve de estadia
Nenhum comentário:
Postar um comentário